É um absurdo que a BR-365, entre Patos e Patrocínio, continue esquecida

Apesar do importante apoio de alguns políticos que conseguem verbas, será que nos falta um representante local?

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Foto: Arquivo (Patos Notícias)

O estado de Minas Gerais tem a maior malha rodoviária do Brasil e grande importância econômica e geográfica na conjuntura do país, com suas estradas impactando diretamente na qualidade de vida da população, transportando pessoas, matérias-primas e mercadorias. Mas apesar dessa relevância social e econômica, o estado sofre há anos com as péssimas condições de suas estradas.

De acordo com uma pesquisa divulgada em janeiro de 2023 pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), Minas Gerais teve um aumento de 311% na precariedade de suas estradas em 2022. Nesse período, os motoristas que trafegaram pelas rodovias mineiras tiveram que enfrentar um ponto crítico a cada 40 quilômetros percorridos, que nesse caso inclui problemas com buracos grandes, erosões na pista, queda de barreiras ou pontes caídas.

Conforme dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), mais de um terço das estradas do estado não apresenta condições de tráfego adequadas. E essa situação crítica acontece também na região do Alto Paranaíba, que apesar de toda sua força econômica e elevada produção agrícola, vem sofrendo há vários anos com as péssimas condições das estradas.

A BR-365, por exemplo, tem enorme importância para o desenvolvimento econômico e social da região, pois ao ligar os estados de Minas Gerais e Goiás, é uma das principais vias de escoamento da produção agrícola e industrial do país. Além disso, a rodovia é um eixo estratégico para a integração nacional e o fortalecimento da infraestrutura logística.

Conforme anúncio do Governo de Minas, desde fevereiro a concessionária Rodovias do Triângulo já está autorizada a fazer a administração e reformas em rodovias da região do Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro, se responsabilizando pela exploração da infraestrutura, operação, monitoramento, conservação e demais serviços em 627,4 quilômetros de rodovias, envolvendo 16 municípios nessa região, pelo prazo de 30 anos.

No total, serão investidos em torno de R$ 3,2 bilhões em duplicações, terceiras faixas, acostamentos, melhorias de acessos e adequações de pontes e viadutos, além de R$ 2,6 bilhões em serviços operacionais aos usuários.

No entanto, Patos de Minas, que é o polo econômico do Alto Paranaíba, não está entre os 16 municípios contemplados, pois conforme a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, essa reforma da BR-365 será somente de Patrocínio até Uberlândia, o que é um absurdo.

Temos visto atualmente apenas alguns serviços paliativos de tapa-buracos no trecho de Patos de Minas. Segundo o DNIT, um estudo mostrou a viabilidade de duplicação da BR 365 entre Patos de Minas e Uberlândia, mas certamente esse é um plano para o futuro, pois nem as obras de reforma já aprovadas se iniciaram.

A pergunta que fica é: porque Patos de Minas, com quase 160 mil habitantes, polo regional no comércio e em serviços, com um agronegócio pujante que gera milhares de emprego e renda, não está sendo contemplado por esse pacote de reformas na BR-365?

Apesar do importante apoio de alguns políticos que conseguem verbas para Patos de Minas, será que nos falta um representante local, que lute mais pelos interesses de nossa cidade? Patos de Minas merece mais!

Esse texto é uma produção independente e não representa a opinião do Patos Notícias. A responsabilidade é integral do titular da coluna.

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BIOGRAFIA

Bené Romano

Bené Romano

Engenheiro agrônomo, formado pela UFLA - Universidade Federal de Lavras. Atua como consultor em agronegócio, sendo associado ao Escritório Araújo Fontes. Apresenta, de segunda a sexta-feira, o quadro "Agro em Foco" no Jornal da Manhã da Jovem Pan Patos.

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