Os representantes das religiões kardecistas, umbandistas e candomblecistas reclamam de não terem sido chamados para a reunião que definiu a reabertura das atividades religiosas em Patos de Minas. Eles reclamam quem o tempo definido para as igrejas não condiz com o tempo necessário para realização dos rituais de matriz africana e espíritas.
O sacerdote de umbanda, pai Vicente Paulo de Deus, disse que não é possível que as religiões de matriz africanas e até as religiões espíritas se adequem ao tempo anunciado pela administração municipal. Segundo ele, é possível se adequar em todos os outros quesitos, porém os centros espíritas não conseguem realizar os trabalhos em apenas uma hora, já que existe uma ritualística a ser feita.
“Este protocolo não se estende até nós, pois somos uma diretriz que trabalha com norma própria. Temos que passar por liturgia ritualística, que tem que ser obedecida e no prazo de uma hora não dá”, ressaltou. Ele reclama que a comunidade espírita não foi ouvida.
Já o sacerdote do candomblé nação Omolokô, pai Iuri Nunes, comentou que as autoridades ignorarem religiões de matriz africana, kardecistas e outros para definição de um protocolo que abrange a todos só mostra e confirma o que acontece sempre conosco que é colocarmos a margem da sociedade. Uma reunião feita com entidades cristãs não pode definir regras para as demais entidades na qual eles não conhecem a ritualística. Não posso falar por todos, mas por mim digo que meu terreiro continuará de portas fechadas, até que possamos atender com segurança.
A equipe do Patos Notícias entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Patos de Minas que respondeu: “A iniciativa não partiu da prefeitura, mas sim dos representantes de igrejas evangélicas e católicas. Eles já haviam protocolado ofícios direcionados ao Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19 e solicitado reunião com o Executivo, fato esse que ocorreu esta semana. As demais religiões não haviam se manifestado até o momento.”
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