Coronavírus 

Ministro defende quarentena, crítica carreatas e diz que seguirá à ciência

'Se a gente sair andando todo mundo de uma vez, vai faltar pro rico, pro pobre' afirmou Mandetta.

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O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, falou à imprensa neste sábado
Foto: © Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, concedeu entrevista coletiva neste sábado (28/03) e ressaltou a importância das pessoas permanecerem em casa. Segundo ele, o objetivo é não sobrecarregar o sistema de saúde. Veja os principais pontos da fala do ministro:

“Pro rico e para o pobre”

Mais uma razão pra gente ficar em casa, parado, até que a gente consiga colocar os equipamentos na mão dos profissionais que precisam. Porque se a gente sair andando todo mundo de uma vez vai faltar pro rico, pro pobre, pro dono da empresa, pro dono do botequim, pro dono de todo mundo.

Se baseará na ciência e na técnica

Nós precisamos ter racionalidade e não nos mover por impulso neste momento. Nós vamos nos mover, como eu disse desde o princípio, pela ciência e pela parte técnica, com planejamento. Pensando em todos os cenários quando a gente fala de colapso, de sobrecarga, ou de sobreuso no sistema, a gente tá falando disso. Não só de sobrecarga na saúde, mas, por exemplo, na logística.

O coronavírus é diferente do H1N1

E aí eu volto a repetir: muitas vezes… Hoje está cheio de professor de epidemiologia, cheio de fazedores de conta, de cálculos. Preste atenção: essa epidemia é totalmente diferente da H1N1.

Não há receita de bolo. Quem raciocinar pensando: nesta aqui foi assim, vai errar feio. Essa não é assim. Essa causou não uma letalidade pro indivíduo, não é esse o nosso problema. Nem daqueles que falam assim: ah essa doença vai matar só 5 mil, só 10 mil. Não é essa a conta.

A conta é: esse vírus ele ataca o sistema de saúde e ataca o sistema da sociedade como um todo. Ele ataca logística, ele ataca educação, ele ataca economia, ele ataca uma série de estruturas no mundo.

Rumores de Demissão

Eu sei que hoje, essa semana, todo mundo ficou ‘mas e o ministro? ele sai? ministro não sai?’. Eu volto a repetir: vou ficar aqui junto com vocês, enquanto o presidente permitir, enquanto eu tiver saúde e não puder sair. E digo mais, aqui no fundo do Ministério da Saúde tem um lugarzinho pra uma creche, tem um quarto, se toda a equipe aqui estiver com gripe e tiver tudo bem, inclusive eu, nós vamos ficar no quartinho ali, pra gente ficar perto pra pelo menos a gente ficar conversando.

Ou na hora que não for mais necessário nós estarmos aqui, na hora que falarmos ‘olha, cumprimos o nosso dever’, e tá encerrada a nossa participação no Ministério da Saúde. E vamos trabalhar com essa equipe e vamos terminar com essa equipe.

Não existe quarentena vertical ou horizontal

Não existe quarentena vertical, horizontal. Existe a necessidade de arbitrar em determinado tempo qual o grau de retenção que uma sociedade deve fazer.

O lockdown – parada absoluta ou total – pode vir a ser necessário, em algum momento, em alguma cidade. O que não existe é um lockdown ao mesmo tempo, desarticulado. Isso é um desastre que vai causar muito problema pra nós da saúde.

Manter a quarentena para não sobrecarregar o sistema

Agora não é hora de sobrecarregar o sistema de saúde seja em nome do que for. Agora é hora de aguardar, vamos ver como essa semana vai se comportar, e nós vamos ter nessa semana a discussão dentro da Saúde para achar os parâmetros, aqueles que tomaram medidas de acordo com a sua localidade sem o parâmetro, usou o parâmetro próprio, utiliza o seu parâmetro que nós vamos construir um consenso para nós podermos andar.

Recado para os manifestantes

Fazer movimento assimétrico, de efeito manada, agora nós vamos daqui duas semanas, três semanas, os mesmos que falam ‘vamos fazer uma carreata de apoio’ os mesmos que fizerem vão ser os mesmos que vão estar em casa. Não é hora agora.

Suspensão das Aulas

Por que se suspendem aulas? Se todas as crianças e jovens, como vocês viram, se têm a doença e são assintomáticos e são sintomas leves, por que a gente os tira da aula? Muitas vezes é o que fala: ‘Deixa as crianças e adolescentes’. É porque eles são assintomáticos e não sabem, só transmitem. Como voltam para casa e casa tem comodo, temos déficit habitacional enorme, pode contaminar cinco, seis pessoas. Quando a gente diminui a mobilidade, cada um positivo contamina dois. Quando deixa todo mundo andando, cada um contamina seis, e isso faz progressão geométrica, faz essa curva super rápida.

Reabertura do Comércio

Se eu deixar a movimentação social contínua eu não estou preparado para hora que chegar lá no Zé Pereira, na periferia, sobrecarregar em bloco o sistema de saúde. Todo comércio está falando: eu quero abrir, eu quero abrir. Calma porque vamos ter que fazer isso. Uma regrinha para saberem. Vou abrir assim: faço teste com funcionário, menos mesa, não pode ter fila de espera, buffet, fila um atrás do outro. Algumas coisas que vamos colocar para serem pontos de referência. Para não falar que está tratando assim ou assado.

Elogio à Bolsonaro

Espero que tenhamos tranquilizado todos vocês, Vamos trabalhar, essa semana a gente encerra, começa amanhã domingo com trabalho no Ministério da Saúde e vamos ver se conseguimos fazer um plano mínimo que compatibilize saúde e economia. Esse é nosso trabalho de fim de semana junto com a equipe econômica. Como ir, como voltar, o que funciona, o que é essencial, o que pode rodar a economia. O presidente está certíssimo quando fala que a crise econômica vai matar as pessoas. As pessoas não aguentarão a fome. Está certíssimo. E nós somos 100% engajados em achar a solução junto com a equipe da economia. Acho que já temos uma fórmula já trabalhada, eu já coloquei em discussão. Vamos aumentar, vamos melhorar. Precisa de um grande pacto para que possamos sair do outro lado

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