Secretária fala da morte por leishmaniose e descarta transmissão em Patos de Minas

Segundo Ana Carolina Caixeta, a paciente contraiu a doença em outra cidade.

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Na semana passada, quinta-feira (07/07), uma garotinha de apenas 1 ano e 11 meses faleceu em virtude da leishmaniose visceral. A paciente havia se mudado recentemente para o município de Patos de Minas.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, Ana Carolina Magalhães Caixeta, a família da menina morava em Rio Pardo de Minas, região norte de Minas Gerais. Naquele município, ela teria tido contato com um cachorro infectado com a leishmaniose.

Quando a menina chegou na região rural de Patos de Minas, os sintomas começaram a se manifestar. Inicialmente em 29 de junho, ela se consultou na Clínica de Especialidades, onde a pediatra solicitou encaminhamento para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

A paciente ficou internada na UPA e o quadro se agravou, sendo necessário uma transfusão de sangue. Por se tratar de uma criança era preciso acompanhamento com pediatra, sendo encaminhada para o Hospital Regional Antônio Dias (HRAD) em 1º de julho. Ao chegar lá, não havia pediatra disponível e a paciente foi recusada, retornando a UPA. A Polícia Militar chegou a ser acionada e registrou um boletim de ocorrência.

Como a transfusão de sangue era urgente, o município se mobilizou e montou uma equipe para realizar o procedimento. O sangue foi coletado no Hemonúcleo e levado até a UPA, onde foi feita a transfusão.

No dia seguinte, 2 de julho, a paciente foi admitida no HRAD onde permaneceu por mais alguns dias. O quadro se agravou e o SUS comprou uma vaga de UTI Pediátrica num hospital particular. Apesar dos esforços, a menina faleceu em 7 de julho.

O diagnóstico de leishmaniose visceral se confirmou em 6 de julho . Ana Carolina explicou que o material foi coletado e encaminhado para a Fundação Ezequiel Dias, em Belo Horizonte.

Há casos de leishmaniose em Patos de Minas?

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, nenhum morador de Patos de Minas foi diagnosticado com leishmaniose. O Centro de Zoonoses também não identificou nenhuma transmissão local entre animais.

A Clínica de Especialidades já atendeu nove casos entre 2021 e 2022. “Até então Patos de Minas havia atendido apenas casos de Leishmaniose Tegumentar, aquela que causa feridas na pele. Mesmo assim, os casos foram importados, ou seja, de outras cidades” detalhou Ana Carolina.

O que é leishmaniose?

Fonte: FIOCRUZ

As leishmanioses são um conjunto de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania e da família Trypanosomatidae. De modo geral, essas enfermidades se dividem em leishmaniose tegumentar americana, que ataca a pele e as mucosas, e leishmaniose visceral (ou calazar), que ataca órgãos internos.

As leishmanioses tegumentares causam lesões na pele, mais comumente ulcerações e, em casos mais graves (leishmaniose mucosa), atacam as mucosas do nariz e da boca.

Já a leishmaniose visceral, como o próprio nome indica, afeta as vísceras (ou órgãos internos), sobretudo fígado, baço, gânglios linfáticos e medula óssea, podendo levar à morte quando não tratada. Os sintomas incluem febre, emagrecimento, anemia, aumento do fígado e do baço, hemorragias e imunodeficiência.

Doenças causadas por bactérias (principalmente pneumonias) ou manifestações hemorrágicas são as causas mais freqüentes de morte nos casos de leishmaniose visceral, especialmente em crianças.

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