Lidiane Dias Moreno começou o ano letivo com dúvidas em alguns conteúdos matemáticos e, por isso, foi escolhida para participar do programa de Acompanhamento Pedagógico Diferenciado (APD). Depois de participar da iniciativa por cerca de dois meses, ela já praticamente venceu suas dificuldades.
“Acho que já melhorei bastante. Tinha dificuldade em multiplicação e com as atividades que a professora ensinou, já me desenvolvi bem. Ela ensina com jogos e fica mais fácil de aprender”, conta a aluna do 7º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Beiró Eunacio Borges, em Patos de Minas.
Em todo o Estado, 522 escolas estaduais participam da iniciativa da Secretaria de Estado de Educação (SEE). O programa de Acompanhamento Pedagógico Diferenciado possibilita o avanço da aprendizagem dos estudantes do 4º ao 9º ano do Ensino Fundamental que não estejam alfabetizados ou que tenham dificuldades com leitura, escrita e cálculos matemáticos. Atualmente, cerca de 17 mil estudantes são contemplados pela iniciativa.
Assim como Lidiane, os estudantes que participam do APD e que vencem suas dificuldades dão lugar para outros. “O projeto é aberto e assim que o estudante vence sua dificuldade e está em condições de caminhar junto com a turma regular, ele não necessita mais do projeto. Nesses casos, a escola tem autonomia para colocar outro estudante que apresente alguma dificuldade”, conta o coordenador da Equipe de Currículo e Formação Anos Iniciais da SEE, Juliano Alves.
As escolas que realizam a iniciativa foram escolhidas, entre outros pontos, pelos resultados obtidos nas avaliações externas. “Observamos os resultados das escolas no Programa de Avaliação da Alfabetização (Proalfa) e no Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica (Proeb). Fizemos um levantamento do número de alunos que estavam no baixo rendimento e no intermediário e encaminhamos para as Superintendências Regionais de Ensino (SREs) para que elas pudessem validar a lista e fazer sugestões, já que há alguns aspectos que só a regional pode identificar por estar mais próxima da escola. Também é importante destacar que as escolas elaboram seus projetos no sentido de traçar os rumos de como será o desenvolvimento do projeto ao longo do ano”, afirma o coordenador.
A iniciativa é realizada na rede estadual de ensino desde 2016 e, para este ano, trouxe uma novidade. “Modificamos a nossa forma de monitorar os dados. A partir deste ano, a escola preenche os dados automaticamente e a equipe central já visualiza os dados em tempo real. Isso ajuda muito, porque facilita nosso trabalho de monitoramento e nos dá a oportunidade de sugerir ações”, ressalta Juliano.
As aulas do APD são realizadas por um professor designado, com formação pedagógica e experiência em alfabetização. Ele é orientado para trabalhar na especificidade do programa. A Secretaria encaminha para as escolas orientações para que seja feito um trabalho diferenciado, observando as necessidades específicas de cada estudante. Além disso, as Superintendências Regionais de Ensino (SREs) realizam capacitações com os educadores.
Na SRE de Governador Valadares, 19 escolas estaduais participam do programa. Para os educadores que atuam nessas instituições, já foi realizado um encontro para apresentar a iniciativa e tirar dúvidas. “Falamos sobre os objetivos do APD e, após essa primeira parte, foram apresentados materiais para subsidiar o professor. Também apresentamos um relato de experiência de uma escola que já desenvolve a iniciativa há dois anos”, conta a assessora pedagógica, Rúbia Mara Schattner.
Rúbia destaca ainda os benefícios do programa para os estudantes. “É um projeto que todas as escolas querem ter, porque muitas vezes os alunos iniciam o ano com alguma dificuldade e o APD tem ajudado muito”, conclui.
Fonte: Agência Minas
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