O escoamento de mercadorias no Brasil depende, quase que exclusivamente, das rodovias. Em Minas Gerais, de acordo com dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT), mais de 60% da malha rodoviária está em condições ruim ou regular.
Uma das rodovias em más condições é a BR-497, que liga Uberlândia à Prata. Os principais problemas apontados pelos motoristas são a péssima qualidade do asfalto e a pouca sinalização.
De acordo com o professor do departamento de Engenharia de Transporte e Geotecnia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ronderson Hilário, a qualidade das rodovias impacta o desenvolvimento da economia, já que os preços cobrados do consumidor final são mais caros.
“Com rodovias de qualidade inferior, a mercadoria chega ao consumidor final com tempo de viagem maior, e isso encarece no frete. E já que você tem um problema nas rodovias, você vai ter um encarecimento maior no preço de manutenção do caminhão que impacta diretamente na mercadoria. Então, construir rodovias com qualidades melhores, o custo final para o consumidor tende a ser menor, porque o custo de logística é menor para o empresário”.
Em ano eleitoral, os temas ligados à infraestrutura têm sido cada vez mais discutidos pelos postulantes ao Planalto. Henrique Meirelles, candidato à presidência pelo MDB, por exemplo, defende a ampliação do sistema ferroviário.
“É fundamental nós transformarmos o Brasil em um canteiro de obras. De maneira a que o agronegócio possa ter um transporte mais rápido e de menor custo. E ao mesmo tempo, não usar somente as estradas, mas as ferrovias, que tem um sistema mais eficiente para transportar grandes quantidades.”
Para Ciro Gomes, do PDT, é necessário ainda investir em hidrovias, que têm custos menores de manutenção e operação. Marina Silva, da Rede, propõe a criação de seguros para acelerar a emissão de licenças ambientais.
Reportagem: Juliana Gonçalves
Foto: Reprodução (Agência Brasil)
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