Reitor diz que orçamento da UFRJ não teve aumento nos últimos anos

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O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, disse hoje (6) que o orçamento da universidade não aumentou nos últimos anos. Ele informou que pediu uma análise das contas da instituição para a Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados. “De 2014/2015 para 2018/2019, o custo da nossa folha de pagamento diminuiu de R$ 2,7 bilhões para R$ 2,6 bilhões, incluindo os aposentados. Ou seja, diminuiu! As contas de custeio e encargos fora da folha foram de R$ 530 milhões para R$ 440 milhões. A parte de investimento, que é para comprar equipamentos, reforma, foi de R$ 52 milhões em 2015 para R$ 6 milhões em 2018. O gasto total caiu de R$ 3,3 bilhões para R$ 3,1 bilhões. Os gastos discricionários passaram de R$ 453 milhões para R$ 337 milhões”.

Segundo ele, o orçamento destinado para o Museu Nacional é de R$ 340 mil, mas o custo de manutenção chega a R$ 7 milhões. Leher disse que a UFRJ buscou recursos pela Lei Rouanet, de incentivo à cultura, e conseguiu aprovar projetos para captação de recursos que totalizavam R$ 17 milhões, incluindo um para prevenção de incêndios. Porém, a iniciativa privada não teve interesse e o museu conseguiu captar apenas R$1 milhão.

Rio de Janeiro - Reitor da UFRJ, Roberto Leher, durante inauguração de complexo esportivo no campus da Ilha do Fundão (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Reitor da UFRJ, Roberto Leher – Arquivo/Agência Brasil

O detalhamento do orçamento da instituição foi feito pelo reitor da UFRJ para uma plateia de servidores, professores e estudantes da UFRJ e de outras instituições, além de representantes de diversas instituições de ensino e pesquisa do Rio de Janeiro e de outros estados.

Leher disse que o momento é de muita dignidade e é preciso mostrar a capacidade inventiva e de reconstrução da instituição. “Precisamos fazer uso crítico dos dados e números que vou apresentar, em razão da narrativa construída à revelia dos fatos, a pretexto de se fazer jornalismo”, disse o reitor.

O reitor informou que o Ministério da Educação autorizou o repasse de R$ 10 milhões para ajudar emergencialmente a manter a estrutura do prédio de pé e cuidar da remoção dos escombros, com a atenção necessária para tentar recuperar algo do acervo no processo. A segunda etapa do trabalho, é fazer um projeto executivo para a reconstrução do prédio, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). “Nós queremos que essa verba entre no orçamento da União. Não queremos depender de doações”, disse Leher.

O reitor informou que as conversas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para destinar a verba, já aprovada, para a construção de um prédio anexo na própria Quinta da Boa Vista, já começaram, de forma a não permitir a dispersão dos estudantes, pesquisadores e técnicos. “Que a pesquisa continue aqui”, defendeu.

Sobre a investigação das causas do incêndio, Leher disse que ainda não recebeu o laudo da Polícia Federal, mas que a própria universidade também fará um laudo técnico.

Ele também destacou que não se pode esquecer o que aconteceu com o museu. “No projeto de reconstrução, um aspecto tem que estar consensuado em relação à memória. Não queremos apagar o que aconteceu com o prédio. As marcas que sangram são marcas históricas, as futuras gerações vão encontrar aqui um memorial sobre o que aconteceu em 2018”.

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