
Fotos: Igor Nunes
Moradores e empresários das imediações da Orla da Lagoa Grande reclamam do grande número de moradores de rua naquela região e pedem providências ao poder público. O Patos Notícias ouviu nesta terça-feira (14/12) os empresários e buscou repostas junto a Prefeitura de Patos de Minas e a Polícia Militar, porém a situação é difícil de ser resolvida.
O empresário Fernando Diniz foi escolhido pelos empresários como o porta-voz e falou que a situação dos moradores de rua nas imediações da Orla da Lagoa Grande é grave. Segundo ele, um trabalho realizado há alguns anos teria afastado os moradores de rua do local, porém agora eles retornam em grande número.
A maior reclamação é por conta do mal cheiro e da sujeira deixada por estas pessoas em situação de rua. Fernando pede maior atenção do poder público quanto a esta questão, já que a situação está atrapalhando com o comércio da região. Ele conta ainda que os moradores ficam o dia todo pedindo esmolas e que ficam agressivos caso não recebam.
Recentemente, o Patos Notícias noticiou recentemente uma briga generalizada de moradores de rua, a qual duas pessoas foram presas, sendo um suspeito de furto num supermercado (Leia sobre).
O Patos Notícias procurou a Polícia Militar e questionou sobre as medidas tomadas no local. O tenente Edmar disse que existe uma equipe policial na região durante 24 horas por dia, além da base comunitária com dois policiais em motos também patrulhando o local.
Segundo o tenente, diversas abordagens são realizadas, tanto aos moradores de rua quanto aos usuários de drogas. No caso das pessoas em situação de rua, um registro é feito e encaminhado para a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.
Questionada pelo Patos Notícias, a Prefeitura de Patos de Minas respondeu através de nota à imprensa:
Sobre a presença de pessoas em situação de rua nas imediações do terminal rodoviário, a Prefeitura de Patos de Minas informa que:
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a Secretaria de Desenvolvimento Social, especialmente por meio do CREAS, faz abordagens constantes a esses moradores. A todos eles é ofertado banho, alimentação, pernoite e vestuário limpo, cabendo a cada um aceitar ou não. Isso porque todos os cidadãos têm o direito de ir e vir, não podendo o poder público impedi-los nesse sentido;
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diante desse direito, o trabalho do CREAS não consiste em retirá-los da situação de rua, mas sim em buscar o restabelecimento dos vínculos familiares, facilitando o retorno deles para as famílias e promovendo a emancipação, por meio da recolocação no mercado de trabalho;
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o morador que se encontra no local mostrado na fotografia é Benedito Xavier, já em acompanhamento pela Assistência Social. Inclusive, nesta terça-feira, uma equipe esteve com ele, que novamente recusou qualquer tipo de auxílio;
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quando vindos de outros municípios, o CREAS disponibiliza passagens de ônibus para o retorno do migrante à localidade de origem, mas, assim como já destacado, a decisão é de cada indivíduo;
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as redes da Assistência Social e da Saúde estão em trabalho conjunto com outros órgãos, como a Promotoria de Justiça, de forma a estabelecer políticas mais efetivas que permitam resgatar a dignidade da população de rua e dos migrantes.