OMS orienta pais e cuidadores de crianças sobre do uso das tecnologias
Organização traz diretrizes para uso de aparelhos digitais, atividade física e horas de sono
Entre os alertas está o impacto do uso demasiado dos dispositivos móveis e eletrônicos. A orientação é que crianças com até dois anos de idade não devem ter contato com telas e aquelas que têm a partir de dois anos devem assistir televisão por até, no máximo, uma hora por dia. Mas a racionalização do uso das tecnologias não é restrito apenas ao público infantil, o que significa que o comportamento dos adultos nesse processo é fundamental.
“Ao ver os adultos vivendo cada vez mais dependentes dos aparelhos tecnológicos as crianças tendem a seguir o mesmo caminho, tornando-se presas aos jogos virtuais”, alerta o psicoterapeuta Iarodi Bezerra ao afirmas que os pequenos adquirem parte de seu aprendizado por meio da imitação de seus pais e adultos de sua referência. Para o especialista, a divisão da atenção dos adultos entre o bate-papo nas redes sociais e os momentos de interação com as crianças molda a forma de relacionar-se socialmente.
Iarodi explica que a carência da conexão com o ‘aqui-e-agora’, consequentemente, os levam a aprender a viver em um mundo restrito ao virtual. Ansiedade, transtorno do humor, psicose, transtorno do apego, baixa autoestima, insônia e outros inúmeros transtornos que podem atrapalhar o desenvolvimento infantil são reflexos dos impactos da exposição excessiva a aparelhos tecnológicos.
“Os pais podem observar sintomas como nervosismo, dificuldade da criança em ficar longe deles de maneira descontrolada, agitação, agressividade, entre outras. Após observação é importante buscar acompanhamento psicológico para que tais problemas sejam sanados e gerem bem-estar para a criança e, consequentemente, para a família”, recomenda o especialista.
Em relação ao processo de aprendizagem, Iarodi destaca que o desenvolvimento infantil é único para cada geração e a tecnologia se configura como uma grande aliada. “Mas é necessário, no que diz respeito ao aprendizado infantil, que o uso dos recursos eletrônicos seja restrito e que o lúdico, o uso da psicomotricidade, da imaginação sejam amplamente utilizados. Faço uma ressalva que no processo de aprendizagem deve haver um alinhamento do corpo pedagógico com a família”, orienta.
Confira as recomendações da OMS:
– Crianças menores de 1 ano: não devem ser expostas às telas; não devem passar mais de 1 hora restritas a carrinhos ou cadeirões; devem dormir de 14 a 17 horas (entre 0-3 meses) e entre 12 a 16 horas (4-11 meses), incluindo sonecas.
– Crianças de 1-2 anos: não é recomendado o uso de aparelhos eletrônicos e digitais; não devem exceder mais de 1 hora diária restritas a cadeirões e similares; devem passar 180 minutos por dia realizando atividades físicas; precisam dormir de 11-14 horas.
– Crianças de 2-4 anos: não devem exceder 1 hora diante das telas; podem passar no máximo 1 hora restritas a cadeirões e similares; ter 180 minutos diários em atividades físicas; dormir de 10-13 horas por dia.
Quantos aos pais, devem buscar realizar com seus filhos atividades lúdicas e priorizá-las evitando, nos momentos dedicados à família, o contato com smartphones, tablets, entre outros. Um dica importante: não ter medo de dizer ‘não’, mesmo que a reação seja negativa por parte da criança.
Agência Educa Mais Brasil