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Movimento de jovens quer renovar representação no Legislativo


👤 Agencia Brasil
🕓 01/08/2018 - 11:08


Na contramão de uma tendência de manutenção da atual composição política, o movimento Acredito quer injetar ideias e caras novas no Congresso Nacional. Resultado da união de movimentos surgidos a partir das manifestações de rua de 2013, o Acredito reúne cerca de 2.000 jovens em 14 estados e lançou 24 candidatos a senador, deputado federal, estadual e distrital em 12 unidades da Federação, por nove diferentes partidos. Entram na campanha eleitoral com a ordem de renovar as práticas políticas.

Segundo o coordenador nacional do Acredito, Samuel Emílio Melo, que não disputará as eleições de outubro, a renovação começa na escolha dos candidatos, por eles chamados de líderes cívicos. “[Os candidatos] Foram escolhidos em um processo seletivo”, contou. Entre as regras: não ter sido eleito anteriormente, não pertencer a família de políticos e estar afinado com os valores do movimento, como o respeito à diversidade. Entre os escolhidos, um terço de mulheres e outro um terço de negros.

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De um lado, os candidatos se comprometeram com um teto de gastos na campanha diferente do estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Eles poderão aplicar no máximo a metade do limite legal para o cargo disputado. Ou seja, a campanha de um candidato do Acredito para deputado estadual ou distrital não poderá custar mais do que R$ 500 mil.

Além disso, um mesmo doador só poderá contribuir com até 20% do teto da campanha. No caso de candidatura a deputado estadual ou distrital, R$ 100 mil. O movimento se comprometeu também a plantar árvores para reduzir o impacto da campanha eleitoral no meio ambiente.

Do outro lado, o Acredito está articulando com os partidos políticos a liberação de seus candidatos, caso eleitos, do cumprimento de compromissos partidários que não estejam em sintonia com os princípios do movimento. A carta compromisso de independência partidária, segundo Melo, já foi assinada pela maioria dos nove partidos que terão candidatos do Acredito (Rede, PPS, PV, PDT, PSB, PSOL, Pode, PHS e Pros). 

Para formular suas propostas e orientar a atuação de seus integrantes, o movimento está se valendo da consultoria das equipes do ex-presidente Barak Obama (Estados Unidos) e do presidente Emmanuel Macron (França), além do apoio de especialistas brasileiros como Caio Calegari, Cláudia Costin, Guilherme Lichand, Carolina Ricardo, Samira Bueno, Luís Francisco Segantin, Luciano Sobral, Danilo Limoeiro e Cleuza Repulho. “Mais do que a renovação de pessoas, queremos renovar ideias e práticas”, afirmou Melo.

Candidato a deputado federal pela Rede, Zé Frederico (GO), reconhece que o movimento terá dificuldades eleitorais, mas destaca que o projeto é para uma década. “Estamos lutando contra uma muralha. O que é uma vitória neste ano? É fazermos uma campanha limpa, de baixo custo e transparente”, afirmou.

O grupo, segundo Zé Frederico, quer mostrar que os votos em branco, nulos e as abstenções não representam necessariamente uma apatia do eleitorado brasileiro, mas também a falta de alternativa. “Pretendemos ser uma alternativa, com propostas para construirmos um Brasil mais justo, desenvolvido e ético”, argumentou.

Para ele, as manifestações de 2013 deixaram claro que o brasileiro não se sente representado pelos parlamentares nem pelos governantes. “Vamos lutar contra todos os privilégios. Ou seja, não reconheceremos nada que os políticos recebam que o trabalhador não tenha direito”, disse, citando os auxílios-moradia e vestuário, além de regras especiais para aposentadoria.

Fonte: Agência Brasil


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