Em uma declaração controversa nesta terça-feira (05/09), o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defendeu a adoção de um sigilo sobre os votos individuais dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Lula argumentou que essa medida poderia contribuir para evitar a “animosidade” contra as instituições judiciais do país.
Lula enfatizou a importância de respeitar as decisões do STF, independentemente da opinião pessoal do presidente da República. “Esse país precisa aprender a respeitar as instituições. Não cabe ao presidente da República gostar ou não de uma decisão da Suprema Corte. A Suprema Corte decide, a gente cumpre. É assim que é”, afirmou.
O ponto mais polêmico da declaração de Lula foi a sugestão de que os votos dos ministros do STF sejam mantidos em sigilo, impedindo que o público saiba como cada magistrado votou em casos específicos. Ele argumentou que essa medida preservaria a integridade dos ministros e evitaria que o público desenvolvesse sentimentos de raiva com base nas decisões individuais dos juízes.
“Eu, aliás, se eu pudesse dar um conselho, é o seguinte: a sociedade não tem que saber como é que vota um ministro da Suprema Corte. Sabe, eu acho que o cara tem que votar e ninguém precisa saber. Votou a maioria 5 a 4, 6 a 4, 3 a 2. Não precisa ninguém saber foi o Uchôa que votou, foi o Camilo que votou. Aí cada um que perde fica com raiva, cada um que ganha fica feliz”, afirmou Lula.
O ex-presidente também expressou sua preocupação com o clima de tensão que tem se intensificado no país devido a decisões judiciais e a polarização política. Ele alertou que, se essa situação persistir, os ministros do STF podem enfrentar dificuldades em sua vida pessoal. “Para a gente não criar animosidade, eu acho que era preciso começar a pensar se não é o jeito de a gente mudar o que está acontecendo no Brasil. Porque do jeito que vai, daqui a pouco um ministro da Suprema Corte não pode mais sair na rua, não pode mais passear com a sua família, sabe, porque tem um cara que não gostou de uma decisão dele”, prosseguiu Lula.
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