Igreja propõe adiantar eleições para trazer paz à Nicarágua

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A Igreja Católica propôs hoje (23) ao governo da Nicarágua reformar a Constituição e adiantar as eleições presidenciais para trazer paz para o país depois de um mês de violentos protestos, saques e incêndios, que deixaram pelo menos 60 mortos. A Conferência Episcopal nicaraguense aceitou mediar um Diálogo Nacional, entre governistas e oposicionistas, e propôs uma agenda incluindo também a instalação de uma Comissão da Verdade internacional para investigar as mortes, indenização para as vítimas da violência e a proibição da reeleição do presidente.

O atual presidente, Daniel Ortega, foi reeleito para seu terceiro mandato consecutivo em 2016. Ele pediu a mediação da Igreja, depois de perder o controle sobre as manifestações. O Diálogo Nacional começou no último dia 16. Nesta terça-feira, a Conferência Episcopal nicaraguense apresentou uma Agenda de Diálogo, que prevê adiantar a escolha de um novo presidente para o “quanto antes” e também antecipar as eleições municipais e legislativas de regiões autônomas. A Igreja também pede a presença de observadores internacionais nas votações.

Protestos na Nicarágua

Protestos na Nicarágua resultaram na morte de pelo menos 60 pessoas- EFE/Jorge Torres/Direitos Reservados

O estopim dos distúrbios – os mais violentos desde o fim da guerra civil em 1990 – foi uma reforma da Previdência, que o governo acabou revogando, sem conseguir acalmar os ânimos. Estudantes, agricultores e até empresários somaram-se aos protestos contra Ortega – líder da Revolução Sandinista, que em 1979 derrubou a ditadura de Anastásio Somoza. Ele tem sido acusado pela oposição (e também por ex-aliados) de querer instalar uma dinastia política na Nicarágua, parecida com a que ele combateu quando era guerrilheiro de esquerda. A mulher dele, Rosario Murtillo, é sua vice-presidente e porta-voz.

A Conferencia Episcopal só aceitou mediar as negociações entre o governo e seus opositores depois que Ortega concordou em acabar com a repressão, em desmantelar os grupos paramilitares e aceitar que as mortes sejam investigadas pela Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH). Agora os bispos pedem que o governo instale a Comissão da Verdade, que ficará a cargo da CIDH e de organizações nacionais de defesa dos direitos humanos. 

FONTE: Agência Brasil

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