Entenda como o mercado de jogos competitivos virou profissão para centenas de brasileiros

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Foto: Divulgação/Pexels

De brincadeira de criança a um mercado multibilionário que converte jogadores casuais em profissionais que vivem disso: assim pode ser definida a trajetória um dos setores que mais crescem no Brasil e no mundo, os jogos competitivos – ou esports, como são mais conhecidos atualmente. Segundo pesquisa da consultoria Newzoo, este mercado movimentou cerca de US$ 175,8 bilhões em 2021 e a expectativa é que essas cifras atinjam a marca de US$ 300 bilhões até o ano que vem.

Com tanto dinheiro em jogo, não é de se espantar que há um nível de profissionalização enorme nos esports, e não estamos falando apenas dos desenvolvedores e distribuidores de jogos como Counter-Strike, League of Legends, Fortnite, FIFA e tantos outros que compõem o cenário de games competitivos. Os próprios jogadores fazem dessa atividade uma fonte de renda, e muitos vivem exclusivamente dos ganhos obtidos com a jogatina.

A realidade competitiva dos esports é algo que já se via há muito tempo no poker, considerado o esporte da mente mais popular do mundo atualmente. No cenário digital, há campeonatos altamente rentáveis há pelo menos duas décadas, embora haja um “boom” desde a pandemia por conta das restrições de torneios ao vivo. Isso levou muitos jovens ao aprendizado do poker para competir em alto nível e buscar uma trajetória profissional na modalidade, seguindo os passos de astros como o mineiro João Simão.

Porém, esse contexto migrou também para os jogos de vídeo game online, com desenvolvedores apostando cada vez mais em games multiplayer competitivos. O grande fator de virada foi a descoberta de um novo nicho, o de espectadores – o que permitiu que torneios apostassem cada vez mais em estratégias de marketing e eventos grandiosos para atrair público, chegando, inclusive, às transmissões na televisão.

Principais fontes de receita

A maior fonte de renda de um jogador profissional são os ganhos e premiações obtidas em torneios considerados oficiais. Em virtude da alta rentabilidade que essas competições possuem por conta de patrocínios, bilheteria e cotas de TV, as cifras são cada vez maiores e já começam a se equiparar a competições de modalidades esportivas tradicionais, como vôlei e basquete.

De acordo com o site especializado Esports Earnings, já foram distribuídos mais de US$ 1 bilhão em prêmios aos jogadores de diversas modalidades. Os competidores do Brasil já arrecadaram mais de US$ 30 milhões e aparecem no 10º lugar entre os países mais premiados. A lista é liderada por Estados Unidos, China e Coreia do Sul.

Entre os jogadores brasileiros, quem mais se beneficiou com torneios é Gabriel Toledo, o “FalleN”, muito conhecido na comunidade de CS:GO. Dono de alguns títulos na modalidade, ele já faturou US$ 1,14 milhão em prêmios. Outros três brasileiros também já atingiram a marca milionária: Epitácio de Melo (“TACO”), Fernando Alvarenga (“fer”) e Marcelo David (“coldzera”).

Eles integram apenas a ponta do iceberg: mais de 50 brasileiros já faturaram pelo menos US$ 100 mil com prêmios em diversos jogos, como Magic, Rainbow Six, FIFA, Fortnite, Crossfire, Pro Evolution Soccer e DOTA.

Um dos pontos em comum entre todos esses jogadores é o fato de eles serem partes de equipes profissionais, recebendo, inclusive, altos salários. Muitos desses times sequer ficam no Brasil, ou seja, o Brasil também é um exportador de talentos para equipes estrangeiras – como no futebol.

Outra fonte valiosa de receita são as transmissões de partidas em plataformas de streaming como Twitch, Facebook e Youtube. Por lá, jogadores profissionais (ou não, já que as plataformas também são disponíveis para jogadores recreativos) interagem com seu público através de lives e ganham dinheiro por meio de subscrições, doações e patrocínios.

A rotina de um jogador profissional

À primeira vista, jogar vídeo game e ainda ganhar dinheiro por isso pode parecer tentador para diversos jovens, mas é preciso desmistificar a ideia de que seja um mercado fácil no Brasil. O nível de competitividade é cada vez mais alto, e atingir o patamar de Gabriel Toledo e outros craques dos esports exige muito treinamento.

Para se ter uma ideia, jogadores profissionais que integram equipes costumam morar em uma casa custeada pelo próprio time. Isso é feito para que os jogadores tenham uma convivência mais intensa entre si e possam treinar juntos – não se engane, são horas e horas de treinamento diário, sobretudo nas semanas que antecedem os principais torneios.

Também há de se considerar que atingir o alto desempenho em jogos exige um certo em equipamentos como placa de vídeo, mouse, teclado, monitor, entre outros. Porém, nada que impacte no crescimento desse setor no Brasil e no mundo. Nos próximos anos, a palavra “gamer” deve se popularizar ainda mais, e movimentar cifras cada vez mais elevadas.

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