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ENEM ataca o agronegócio e revolta setor que sustenta a economia brasileira

Não podemos concordar com o uso da educação e da cultura como arma de doutrinação ideológica do Estado, pois esse tipo de fato é uma afronta não só ao agronegócio, mas também à democracia.


👤 Bené Romano
🕓 09/11/2023 - 09:52


No dia 05 de novembro, cerca de 2,8 milhões de estudantes de todo Brasil fizeram a prova do Exame Nacional do Ensino Médio, mais conhecido como Enem.

E tão logo as questões foram divulgadas, o setor do agronegócio se pronunciou com indignação em relação a algumas questões de cunho puramente ideológico contra o setor, demonstrando o quanto sistema educacional atual está com uma visão deturpada sobre o segmento que há alguns anos sustenta a economia brasileira, gerando emprego, renda e superávit na balança comercial do país.

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A questão 89 da prova de ciências humanas do Enem 2023 provocou uma verdadeira indignação nas entidades, estudiosos e profissionais do agro brasileiro, que se manifestaram fortemente contra essa doutrinação ideológica dos jovens contra o setor.

O enunciado da referida questão começa dizendo que “No Cerrado, o conhecimento local está sendo cada vez mais subordinado à lógica do agronegócio. De um lado, o capital impõe os conhecimentos biotecnológicos (…); de outro, o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado.” O texto fala outras bobagens como “pragatização” dos seres humanos e não humanos, superexploração, chuvas de veneno e violência contra a pessoa.

Essas inverdades são próprias de pessoas com viés ideológico e visão ultrapassada, que não entendem a dimensão social e econômica do agronegócio brasileiro, que produz alimentos para mais de 1 bilhão de pessoas em todo mundo.

A lógica do agronegócio é levar emprego e renda para o interior do Brasil, cada vez mais rico, gerando cada vez mais emprego e renda para milhões de brasileiros: conforme dados do CEPEA/CNA apenas no 1º trimestre deste ano houve superávit de emprego e renda para 28 milhões de brasileiros, representando cerca de 27% do total de empregos no país.

Ainda segundo dados do CEPEA/CAN, a cadeia produtiva no Brasil movimentou R$ 2,63 trilhões em 2023, cerca de 24,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

A tecnologia aplicada no agro é fator para a elevação da renda média e do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) das novas fronteiras, como no Cerrado.

Os conhecimentos biotecnológicos são frutos de muita pesquisa desenvolvida aqui mesmo no Brasil, em instituições de pesquisa como Embrapa, que contribuíram com o desenvolvimento de tecnologias específicas para transformar essa região até então árida e com árvores retorcidas, na maior área de produção de alimentos.

Quando o Ministério da Educação foi questionado sobre essas questões absurdas, se esquivou dizendo que elas  foram elaboradas por professores independentes, como se o governo federal não tem responsabilidade sobre esse tipo de atrocidade.

Esses ditos “professores” simplesmente negaram a ciência e a pesquisa tropical desenvolvida especificamente para os Cerrados.  Agindo de forma negacionista tentam ignorar, e muito pior, desconsiderar todo trabalho iniciado no Cerrado Mineiro pelo saudoso e eterno ministro Alysson Paolinelli, que de forma visionária liderou também a conquista do Centro-Oeste brasileiro, e para isso contou com abnegados pesquisadores, consultores, extensionistas e produtores, que desenvolveram a agricultura tropical sustentável, que hoje é exemplo para o mundo.

Essa distorção ao tratar de um tema tão relevante para o Brasil, contamina a mente de milhões de jovens que são doutrinados por profissionais que prestam um grande desserviço ao nosso país.

Várias entidades ligadas ao agronegócio brasileiro se pronunciaram contra esse discurso ideológico e algumas delas, como a Frente Parlamentar da Agropecuária, está exigindo uma audiência com o Ministro da Educação para se explicar, além de pedir a anulação das questões que tratam o agro como vilão.

Não podemos concordar com o uso da educação e da cultura como arma de doutrinação ideológica do Estado, pois esse tipo de fato é uma afronta não só ao agronegócio, mas também à democracia.